Fazendo as contas no filme inteiro, o super-herói tem só duas ou três lutas para valer
Lanterna Verde é um filme para quem gosta de viajar muito. Tanto no sentido físico - distâncias de anos-luz são superadas em takes curtíssimos - quanto na conotação psicológica do termo - há tecnologias, seres e poderes fantásticos que vão muito além das viagens dos recentes filmes de super-herói.
Já a ação está em níveis abaixos do que vem sendo feito. Fazendo as contas, o Lanterna Verde tem só duas ou três lutas para valer. Porém, cada uma delas vale ser assistida.
Quando Hal Jordan (Ryan Reynolds, de X-Men Origens: Wolverine) resolve deter as forças do mal que tentam destruir a Terra (de novo) com o poderoso anel que lhe é dado por um alien moribundo, prepare-se para cenas de deixar o espectador na ponta da cadeira. Há mortes com seringas, incinerações, poderes cósmicos que desencarnam pobres vítimas, mas nada com violência explícita.
“Forças do mal” é um termo que pode fazer a intrincada trama de Lanterna Verde soar tola, mas no final das contas é o que há. O bem usa a força de vontade de todos os seres vivos, representado pela cor verde. No outro corner do ringue,o mal usa o medo cor de amarelo. Maniqueísmo que supera o negro/claro da Força em Star Wars.
Quem não quiser engolir o esquema bonzinhos contra malvadinhos pode ainda se divertir com os efeitos especiais do filme de encher os olhos. Há alguns excessos - o uniforme do herói brilha o tempo todo -, mas em geral a alta produção vai fazer você triturar seu pote de pipoca.
Também não dava para deixar por menos. O poder do Lanterna Verde é criar o que quiser com seu anel. Os únicos limites são sua força de vontade e criatividade. Um helicóptero vai cair? Prontamente o Lanterna cria um carro que leva a aeronave por uma pista de corrida (solução bastante complicada, convenhamos).
Se fosse só um Lanterna, já seria necessário um investimento pesado nos efeitos. Agora, como nos quadrinhos, o filme mostra que Hal Jordan é apenas um dos 3.600 seres que também empunham anéis para defender o universo. E tome efeitos para cuidar da Tropa toda.
Diferentemente do comportamento mostrado na maioria das histórias em quadrinhos, o Hal Jordan do filme está mais rebelde. O que ajuda bastante a trama mostrada no cinema. Se ele fosse um escoteiro como é o Superman em seu última aparição na telona, Lanterna Verde perderia toda a graça. Tanto o Superman quanto Lanterna Verde têm suas revistas publicadas pela DC Comics, que participa da produção do filme e ainda tem outros personagens de peso em seu portifólio, como o Batman.