sábado, 14 de maio de 2011

NOVA LEI QUER AUMENTAR O TEMPO DE PERMANÊNCIA DOS ALUNOS NA ESCOLA


O mínimo exigido durante o ano letivo são 800 horas de aula, mas a carga horária pode chegar a 960 horas. Um tempo a mais que divide opiniões.


São 800 horas de aula, em 200 dias no ano. Este é o tempo mínimo que os alunos ficam nas escolas. Em alguns estados a carga é maior. No Distrito Federal são mais de 1000 horas nos colégios públicos.

“O tempo que a gente fica aqui já é bom suficiente pra aprender e poder, quando sair daqui, entrar no mercado de trabalho bem”, diz o estudante Johnatan Ribeiro, de 16 anos.

Mas em grande parte do país, como no Rio Grande do Sul, as Secretarias de Educação determinam que seja cumprido só o tempo mínimo. Se a escola quiser e puder, cria outras atividades para ocupar o aluno.

Mas isso pode mudar. O Senado aprovou um projeto de lei que aumenta para 960 horas a carga mínima nas escolas. Mas sem mexer nos 200 dias de aula.

O argumento é que, hoje, o conteúdo passado para os alunos é insuficiente. Escolas públicas e particulares teriam que fazer adaptações. Em um colégio particular de Brasília, os estudantes do primeiro ao nono ano teriam pelo menos uma hora a mais de aula todos os dias.

Para o diretor Álvaro Moreira Domingues Júnior, esticar o horário não basta. “Mais importante do que uma quantidade da jornada de horas, de aumentar a quantidade de horas/aulas, realmente é a qualidade dessas horas trabalhadas”, argumenta.
utro problema: há estados que teriam dificuldade para se adequar. O Rio Grande do Norte, por exemplo, já avisou que não poderia bancar sozinho o custo da mudança. “Como pensar em 960? Com as condições que temos não daria, faríamos algo que não é vantajoso. Qualitativamente não se ganha. Seria fazer mais do mesmo”, diz a secretária de educação Betânia Ramalho.
O projeto de lei ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados. Se for aprovado, as escolas terão dois anos para se adaptarem.
O professor Cleyton Gontijo, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, é a favor do projeto. Por outro lado, Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, acredita que deixar as crianças na escola por mais tempo não é suficiente. 

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